Projeto analisa moluscos cultivados em Santa Catarina afetados por esgotos lançados no mar

17-10-2010 16:41

Os moluscos se contaminam quando esgotos contendo fezes humanas infectadas são liberados no mar em que os animais são cultivados. Como são filtradores, absorvem a matéria orgânica da água e se tornam transmissores da doença. Os seres humanos se contaminam devido ao hábito de comer ostras cruas ou ‘levemente cozidas’, de forma que os patógenos não são inativos pelo calor. O Laboratório de Virologia Aplicada (LVA), do Departamento de Microbiologia e Parasitologia da UFSC (MIP), realiza análises para verificar o nível de poluição existente em moluscos bivalves comestíveis e nas águas do litoral catarinense. Com o projeto de extensão “Monitoramento da sanidade de ostras de cultivo para dos vírus, o laboratório do MIP emite laudos sobre as condições sanitárias de ostras aos produtores do estado. O LVA trabalha com diversos tipos de bactérias e vírus entéricos que podem ser transmitidos por moluscos. Durante o verão o problema se agrava, pois as águas tornam-se mais poluídas. Com o aumento da população nessa época do ano, devido à chegada de turistas, ocorre maior produção de esgoto. Ainda durante a estação a ocorrência de chuvas é mais freqüente, o que faz com que os sedimentos sejam arrastados com maior facilidade. Uma das possibilidades de eliminar patógenos dos tecidos das ostras é submeter esses organismos a um processo de depuração. A Doutora em Biotecnologia, Adriana Corrêa trabalhou com pesquisas na área durante seu mestrado e explica que o processo muito utilizado em grandes mercados produtores de moluscos bivalves, tem por objetivo a eliminação de microorganismos dos tecidos dos moluscos. Na depuração, os animais não ficam diretamente no ambiente marinho, eles permanecem em tanques com água salina. O princípio é a manutenção dos molucos, durante determinado período de tempo, em contato com água limpa, sob condições controladas, para que através do mecanismo natural de filtração os patógenos presentes na carne sejam excretados nas fezes dos moluscos.
No Brasil, a depuração não é uma prática estabelecida e há poucos trabalhos relacionados a pesquisas sobre esse processo. O laboratório de Virologia Aplicada da UFSC desenvolve pesquisas na área e, de acordo com a doutoranda, bons resultados já foram obtidos em estudos sobre depuração de ostras contaminadas com os vírus. Além disso, novos estudos começarão sobre a dinâmica de depuração de patógenos entéricos virais.

Fonte:  

www.scielo.br e https://www.agecom.ufsc.br

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