Pesquisas mostram que areias de praias cariocas estão infestadas de microrganismos.
As Belas Praias do Rio de Janeiro escondem microrganismo causadores de doenças que atacam intestino, olhos, pele e ouvidos. Segundo pesquisa realizada em Julho de 2009, pelo pesqisador João Carlos Tórtura e pela Universidade Federal Fluminense- UFF e da Universidade Gama Filho, mostrou o alto índice de parasitas intestinais, bactérias e fungos nas praias cariocas.
Nas areias do Leblon, por exemplo, o nível de coliformes fecais (que indica contaminação por esgoto) era de 5 000 por 100 gramas de areia – o limite aceitável é de 400 coliformes por 100 gramas.
Na Praia do Leme, a situação é ainda mais assustadora: 88 000 coliformes por 100 gramas de areia.
Segundo a bióloga Adriana Sotero, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz diz que as pessoas só se preocupam com a qualidade da água nas praias. Mas, dependendo do lugar, elas podem correr mais risco na areia do que na água.
As principais causas das doenças são o lixo e esgoto, que são deixados por freqüentadores, levados por chuvas, atraindo animais transmissores de doenças como ratos, pombos, e cachorros.
Um monitoramento feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente mostra que em toda a orla da Zona Sul as areias estão infestadas de parasitas que causam verminoses, como bicho-geográfico, lombriga, solitária e oxiúro. Eles indicam a presença de fezes de animais (como cães e pombos) no ambiente. Atualmente, dos dezessete pontos de monitoramento no trecho de 27 quilômetros que vai do Leme à Barra da Tijuca, em apenas três locais analisados a secretaria não faz restrições ao uso da areia. Nos demais, recomenda-se uma série de precauções, como não sentar sem antes forrar o chão com esteiras ou cangas, andar de chinelo e evitar que crianças levem à boca qualquer objeto que esteja em contato com o chão e a areia.
Para a proliferação desses organismos é necessário que o ambiente ser úmido, sem contato com o sal e do sol ocorrendo a reprodução por debaixo da areia . Para combater é só revirar a areia, com aeração do ambiente e a exposição ao sol os microorganismos não sobrevivem. Esse trabalho é feito diariamente por meio de varreção ou por máquinas especificas para esse tipo de limpeza. Mas como não é possível acabar com as línguas negras, o despejo de esgoto, os cachorros na praia e o lixo jogado no chão, a imundície continua ameaçando a saúde dos banhistas. Durante o verão, são recolhidas 2 600 toneladas de lixo por mês nas praias cariocas.
Numa extensão dessas não é de estranhar que o Brasil não possui nenhuma praia entre 3200 mais bem cuidadas do mundo. Nas exigências quanto à saúde dos banhistas, as normas são mais rigorosas que no Brasil, pela classificação , praias consideradas próprias para banho podem ter no máximo 100 unidades da bactéria causadora de diarreias (E. coli) a cada 100 mililitros de água. No Brasil, a tolerância a esse tipo de contaminação é oito vezes superior.
Curiosidade: Os coliformes fecais vivem em intestinos de animais como bois, porcos, cachorros, gatos e homens. Eles são adquiridos quando penetram pela pele ou quando são ingeridos juntamente com a água ou alimentos contaminados e são constantemente liberados em grande quantidade, junto com as fezes. As bactérias coliformes fecais reproduzem ativamente com a temperatura suficiente para fermentar açúcar, lactose, com produção de ácidos e gases. São utilizados também como indicadores da qualidade sanitária da água, e não representam por si só um perigo a saúde, servindo antes como indicadores de outros organismos. |
Fonte: Revista Veja